sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ufal em Defesa da Vida intensifica ações em 2010




Prosseguindo com os debates e a reflexão sobre a problemática da violência em Alagoas, o Programa Ufal em Defesa da Vida promove, de 8 a 12 de março, a primeira atividade do ano no Campus Maceió e o sexto ato do movimento, com o tema central “Cem anos de luta pela igualdade”, com enfoque na mulher no que se refere a violência, assédio moral e luta por direitos.
A coordenadora do Programa, professora Ruth Vasconcelos, informa que a partir do dia 8 de março será também deflagrada a campanha para recolhimento de dois mil pares de sapatos para uma representação simbólica das duas mil mortes por assassinatos no ano de 2009.
“Os pares de sapatos serão expostos no dia 13 de maio na avenida central do Campus Maceió, a exemplo do varal das camisas realizado no ano passado”, explica Ruth. Para o dia 25 de março está programado também o 7º ato com o tema “Direitos Humanos e Direitos à Verdade”, dentro da discussão sobre o Terceiro Plano Nacional de Direitos Humanos. E no dia 1º de abril está programado o 8º ato público, que vai se centrar nos 45 anos do golpe militar. Essa mesma ação também ocorrerá no Campus Arapiraca, envolvendo toda a comunidade acadêmica, a exemplo do que aconteceu no Campus Maceió durante o ano de 2009.
Resgate da cidadania
O programa Ufal em Defesa da Vida mantém no Campus Maceió um painel com registro de números de assassinatos ocorridos em Alagoas, conforme os dados fornecidos pela Secretaria de Defesa Social e atualizados a cada trimestre. Constata-se que no segundo semestre de 2009 houve uma tendência de crescimento da violência letal, o que, segundo Ruth Vasconcelos, revela uma grave crise de valores na sociedade que passa a ser uma porta aberta para as drogas com todos seus efeitos desestruturantes e devastadores, particularmente para a juventude.
“As ações estatais têm sido insuficientes para conter os efeitos do tráfico de drogas e de armas em nosso Estado. Os caminhos para a reversão dessa realidade são múltiplos, como por exemplo, maior investimento em educação, em ações culturais, ampliação de oportunidade de empregos para a juventude, resgate de alguns valores humanitários que recomponham valores sociais no sentido do respeito, responsabilidade com o outro, solidariedade, dentre tantos outros”, enfatiza Ruth Vasconcelos.
A pesquisadora ressalta que o Estado precisa se estruturar mais para fazer a repressão e punição. Ela cita dados sobre a violência local: de 2002 a 2007 ocorreram em Alagoas 5200 homicídios. Destes, só 5% se transformaram em processo e apenas 1% desse universo foi enquadrado na lei e punido.
Para a coordenadora, o Programa Ufal em Defesa da Vida tem o papel de promover uma discussão sobre a violência, visando uma transformação na cultura política da comunidade acadêmica. Com essa finalidade tem promovido inúmeras ações envolvendo diversos segmentos da sociedade e vem despertando as pessoas para refletirem sobre a violência e como podem contribuir para reverter essa realidade.
“A sociedade alagoana tem conhecimento de que a Ufal está sensível a essa grave problemática. Estamos querendo contribuir para a construção de uma nova concepção de segurança pública que não se reduza a ações policiais. E é aí, onde nós atores sociais, podemos desconstruir essa cultura de intolerância e violência que tem sido responsável pelos altos índices de homicídios, absolutamente por causas injustificáveis. O papel da Ufal é decisivo na promoção tanto do conhecimento sobre essa realidade como em reflexões que impliquem a todos”, conclui a coordenadora do Programa Ufal em Defesa da Vida, Ruth Vasconcelos.

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