quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

MAHLE: Empresa é Acusada de Assédio Moral



Esta semana, a Justiça do Trabalho concedeu liminar determinando à Mahle Metal Leve, de Mogi-Guaçu, que pare de promover o assédio moral contra seus empregados, principalmente os que retornaram ao trabalho após sofrerem de doenças ocupacionais. A empresa também corre o risco de pagar multa de R$ 10 milhões.De acordo com o presidente do sindicato dos metalúrgicos de Mogi Guaçu, Marçal Georges Damião, a empresa pratica atos constrangedores e vexatórios para forçar os trabalhadores a pedir demissão. As investigações da Procuradoria Regional do Trabalho confirmaram as acusações. Marçal informou ao JC que foi o próprio sindicato que realizou a denúncia e que os funcionários que denunciaram a empresa se reuniram com representantes do Ministério Público na sede do sindicato em Mogi Guaçu. Segundo o presidente, cerca de 200 funcionários da multinacional estão afastados por causa de doenças, inclusive algumas em decorrência de acidentes de trabalho. Marçal explicou ainda como foi o processo da denúncia. O MP enviou uma carta a todos os funcionários que haviam sido readaptados ao trabalho. Cerca de 20 formalizaram a denúncia. A principal reclamação dos funcionários é a falta de respeito e a humilhação pela qual são obrigados a passar quando do retorno às atividades da empresa. “Além dos chefes, os próprios colegas recriminam o trabalhador”, alertou Marçal. O presidente do sindicato também justificou que esses trabalhadores ficam limitados e não podem exercer as mesmas funções de antes do afastamento. Marçal já adiantou que, se os casos de assédio continuar, uma greve geral não será descartada. “Não podemos deixar que os nossos trabalhadores se submetam a isso”, defendeu.MultasA repercussão do caso já foi divulgada em importantes veículos de comunicação do País. O jornal Correio Braziliense e o site UOL, reproduziram a matéria da Agência Brasil. De acordo com a reportagem, a juíza Christina Feuerhermel Ribeiro obrigou a empresa a enquadrar os empregados readaptados em funções compatíveis com suas condições de trabalho e promover, até o final de fevereiro, palestras sobre assédio moral e suas consequências no ambiente de trabalho, ministradas por profissional habilitado. Caso a Mahle descumpra a decisão, deverá pagar multa de R$ 50 mil por dia, que será revertida ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Além disso, o MPT ingressou com ação civil pública na Justiça do Trabalho, pedindo a condenação da Mahle ao pagamento de R$ 10 milhões por dano moral coletivo. Procurada pelo JC a empresa não quis comentar o caso. Também na assessoria de imprensa da metalúrgica ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.

Nenhum comentário:

Google

Arquivo do blog