Trabalhadores de todo o Distrito Federal terão agora auxílio para tratar da Lesão por Esforço Repetitivo (LER). O Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (Cerest) começa nesta quinta-feira o atendimento gratuito de 10 pacientes com sintomas da doença. Quem quiser participar do programa pode se cadastrar no Cerest e agendar uma visita. Além da LER, o centro já trabalha com grupos de pessoas vítimas de assédio moral e exploração do trabalho infantil. O médico e coordenador do Cerest, Mário Sérgio Nunes, explica que o objetivo do programa é acolher os trabalhadores que sofrem de doenças relativas ao trabalho. Uma equipe de psicólogos, fisioterapeutas e médicos estará reunida no local para prestar atendimento aos pacientes. “Eles preenchem uma ficha e participam de palestras. Depois disso, a gente os encaminha para os profissionais adequados”, explica Nunes. Hoje, bancários, motoristas, professores e profissionais de telemarketing são as categorias que mais sofrem com a LER. O médico explica que o centro também pretende atender trabalhadores com doenças relacionadas à exposição de ruídos –como motoristas de ônibus- e que usam freqüentemente a voz. “O objetivo é abranger o maior número possível de doenças relacionadas ao trabalho. Queremos que todos tenham acesso aos grupos”, garante o médico. Doença invisível A médica reumatologista do Cerest, Teresa Cristina Ververka, explica que o ideal é que a LER seja tratada quando os primeiros sintomas aparecem. “Eles são quase invisíveis, é uma pontada que surge, uma pequena dor que passa logo. Esse é o momento ideal para começar o tratamento”, explica. A médica, no entanto, diz que a maioria dos trabalhadores não dá a devida atenção aos sintomas. “Muita gente ignora isso, e a doença acaba se prolongando. Elas sofrem também com o descaso, os colegas pensam que é uma ‘frescura’, até o dia que elas são obrigadas a se aposentar por invalidez”, alerta a médica. Procure do Cerest O cadastro pode ser feito pelo telefone 3346-7462 O Cerest fica na 712 Sul Conjunto B Bloco 2 Acompanhe os estágios da LER 1º Estágio: O trabalhador sente dores eventuais e “pontadas” no membro do corpo. Quando diagnosticado, o tratamento consiste em readequar a postura e a cura é rápida. 2º Estágio: O trabalhador passa a sentir dores contínuas nos dias de trabalho, mas os sintomas cessam nos dias de folga e período de férias. Neste estágio, o atendimento é mais demorado, mas o paciente ainda tem cura. 3º Estágio: Há o bloqueio dos movimentos do órgão, os músculos travam. Neste estágio, geralmente o paciente se licencia do trabalho e realizam tratamentos ortopédicos. O movimento do músculo volta, mas as dores continuam. De acordo com a reumatologista, a cura total da doença neste estágio é quase impossível. 4º Estágio: O quadro se agrava, as dores retornam fortemente. Os sintomas não param mesmo que o paciente se ausente do trabalho e a cura é considerada impossível. A reumatologista Teresa Cristina Ververka classifica este período como “desesperador” e explica que os trabalhadores que chegam a este estágio são obrigados a se aposentar por invalidez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário